A obra da artista visual Lilian Morais, intitulada “Os Wauja Resiste “, retrata a realidade da incursão dos europeus e a imposição do cristianismo sobre os povos indígenas. Os Wauja, habitantes do Parque Indígena do Xingu, são reconhecidos por sua arte distintiva, incluindo cerâmica decorada, grafismo em cestos, arte plumária e máscaras rituais. Além de sua rica cultura material, possuem uma complexa mito-cosmologia que conecta humanos, animais, objetos e seres extra-humanos. Essa visão de mundo é central em suas práticas xamânicas e na tradição oral, que explica a origem do universo e orienta a vida comunitária. A cultura Wauja exemplifica a profundidade dos conhecimentos indígenas sobre o mundo e a existência.
Porém, como muitas outras etnias indígenas no Brasil, os Wauja também foram impactados pelo processo de catequização dos jesuítas. Este processo teve um impacto significativo e devastador sobre diversas comunidades, como os Guarani, Tupi e Tapuia. Os jesuítas impuseram o cristianismo e os valores europeus, muitas vezes destruindo práticas culturais e religiosas tradicionais. Essa imposição resultou na perda de línguas, desestruturação social e econômica, e exploração do trabalho indígena. A introdução de doenças europeias agravou ainda mais a situação, causando grande mortandade. A catequização, portanto, representou uma forma de colonização cultural que ainda hoje afeta as comunidades indígenas, que lutam para preservar suas identidades culturais e tradições, incluindo a rica herança dos Wauja.
Lilian Morais
Fontes:
pib.socioambiental.org
Cimi conselho indigenista missionário